tag:blogger.com,1999:blog-7618210676686548952024-03-14T04:09:51.572-03:00inconstante.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.comBlogger216125tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-5337478666991517702015-07-13T00:40:00.003-03:002015-07-13T00:43:45.545-03:00Suficiente<div style="text-align: justify;">
Acho que as palavras não bastam para concretizar tudo o que sinto aqui dentro do peito esses tempos. As minhas e tampouco de algum escritor famoso, nem de todos os livros já publicados no mundo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na verdade, não seria preciso todas as 222 palavras contidas nesse texto pra listar as qualidades e defeitos que fazem dele o que ele é.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nenhuma música seria capaz de englobar tudo o que eu preciso dizer para ele. Ninguém conseguiu compor tal canção. Eu, inclusive, dispensaria as mais de 50 músicas que já compus e todas as melodias que já dedilhei no meu velho violão. Todas insuficientes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nossos filmes preferidos não chegam perto do significado que ele tem para mim. Pode até parecer dependência ou que ele é a peça que completa esse quebra-cabeças louco que é a minha vida. Mas ele é mais. Ele me transborda e é por isso que dificilmente uma carta, uma fotografia, uma dança, um coral inteiro conseguiria reproduzir com exatidão o que eu sinto por ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas existe algo que é tão, mas tão simples, que é extremamente eficaz quando se trata de mostrar o que eu sinto. Eu dispensaria tudo e apenas usaria meus dois braços, apertando o corpo inteiro dele num abraço que diria muito mais do que qualquer meio de comunicação existente no universo inteiro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
E pronto.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-rY_8xlclWwk/VaMyNr2yEnI/AAAAAAAAB1M/OQNKm6xx7I0/s1600/IMG_1097.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://4.bp.blogspot.com/-rY_8xlclWwk/VaMyNr2yEnI/AAAAAAAAB1M/OQNKm6xx7I0/s640/IMG_1097.JPG" width="640" /></a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-8025337163398484832015-07-04T01:11:00.000-03:002015-07-04T01:11:09.243-03:00Mais uma xícara, por favor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Tpsd0OswOTY/VZdctRXWhFI/AAAAAAAAB04/oEm_7MBeYRg/s1600/IMG_8892.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="425" src="http://2.bp.blogspot.com/-Tpsd0OswOTY/VZdctRXWhFI/AAAAAAAAB04/oEm_7MBeYRg/s640/IMG_8892.JPG" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Voltei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De braços abertos, sem remoer o passado ou me preocupar com o futuro. Só sinto uma vontade enorme dentro do meu peito, aqui e agora, e isso é o bastante. Senti e voltei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Não posso te prometer nada, sinto muito". E ele me abraça porque sabe que não adianta argumentar, nunca adiantou. O melhor a se fazer é aproveitar o abraço e matar aquela saudade maldita que andou corroendo cada canto do meu corpo. E o corpo dele preenche o espaço antes vazio, me transborda e me faz sentir que estou no lugar certo, por hora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um café preto e bem forte. Um suéter confortável, um sofá aconchegante, um colo saudoso e um filme qualquer. Ótimo. Agora é só aproveitar enquanto a vontade não passar, enquanto o sentimento for necessário pra que a gente consiga viver nesse mundo cão, que fica cada dia mais raivoso, principalmente quando estamos longe um do outro. Enquanto eu não sentir minhas energias recarregadas pra poder enfrentar o mundo lá fora, eu continuo aqui dentro com ele me dizendo que a cafeteira ainda tá cheia.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-23085061559608851192014-10-15T15:13:00.000-03:002014-10-15T15:13:44.721-03:00Tê-la<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Rp7vcIILsDE/VD64Hf0NpmI/AAAAAAAABu0/vuZ6U6AdF6U/s1600/IMG_0187.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Rp7vcIILsDE/VD64Hf0NpmI/AAAAAAAABu0/vuZ6U6AdF6U/s1600/IMG_0187.JPG" height="405" width="620" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aquele gosto impregnou por mais
de uma semana. Comeu coisas estranhas, escovou os dentes, bebeu vinho, mas o gosto
continuava ali. Juntamente com o gosto, a lembrança dela. Da boca macia, dos
lábios rosados, da pele suave, dos olhos cor de mel, do cabelo negro; a garota
sem nome. Nem importava muito, na opinião dele. Já tinha muita coisa dela pra guardar
na lembrança, o nome era coisa pouca. Tudo estava guardado, impregnado como o gosto
da língua dela na dele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Era gosto de quero mais, gosto de
quem sabia muito bem o que estava fazendo quando se aproximou dele. Aquele gosto
era de menina grande que oscilava entre sonho e realidade, mas sabia o que
queria, muito bem, obrigada. E naquela noite, ela o quis. Ele a quis. Ela
deixou seu gosto na boca dele e ele sabia que muitos caras já tinham sentido o
mesmo que ele. Não que importasse agora, mas o pensamento cruzou a mente. Ela
se entregara inteiramente pra ele naquela noite. Ao menos foi o que pensara
durante alguns minutos depois de tê-la. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ele, infelizmente, não sabia do
fato mais importante sobre a tal moça. Ela não era de ninguém. Era dela
própria, às vezes nem isso. E naquele momento, em que a boca dela encostou na
dele e seus corpos se encontraram, ele não a possuía. Ela não era nenhum
objeto, afinal de contas.<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-80676528617711590512014-10-01T13:58:00.001-03:002014-10-01T13:58:56.898-03:00Libertação<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desde que comecei a escrever
textos decentes para o blog (o que foi um dia desses, no caso), eu sinto na
pele a dificuldade de ilustrar os meus textos. Sem condições de fazer minhas
próprias fotos (com aquela câmera compacta não dava pra fazer muito milagre),
restava-me a opção de procurar belas imagens nessa internet de meu deus. E esse
trabalho sempre foi mais difícil do que escrever o próprio texto em si.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma coisa é fato: você nunca vai
encontrar uma foto que represente perfeitamente <strike>a grandeza d</strike>o seu texto. Isso
só é possível quando um texto surge a partir de uma imagem, o vice-e-versa é
muito mais complicado. Porque todas as expectativas e devaneios que você criou
na sua cabeça enquanto organizava seus pensamentos nunca vai ser exatamente
igual ao de outra pessoa. A essência pode ser a mesma, a ideia bruta que
normalmente vira a foto que vai ilustrar seu texto, mas nunca vai encaixar
perfeitamente. A não ser, é claro, que você mesmo comece a pensar o seu texto verbal e imageticamente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E depois de finalmente conseguir
uma câmera decente (que o TCC me exigiu e minha mãe viabilizou) e começar a estudar bem mais, tomei uma
decisão na minha vida: agora todas as fotos que ilustrarem meus textos serão de
minha autoria e/ou pensadas por mim. Resolvi me livrar das dependências de
outras pessoas e começar a planejar as coisas do meu jeito, tentando transmitir
minhas ideias e discursos da maneira mais fiel possível. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sendo assim, eu declaro este como
o primeiro post do <i>Inconstante</i> a ser ilustrado por uma imagem minha - e apesar
da foto ter sido tirada pela linda da Angel Monteiro, o conceito foi pensado
por mim e o modelo sou eu, rs. Pra representar essa mudança, nada melhor do que
tentar ilustrar essa liberdade que é se desprender das amarras do oceano
infinito de imagens que nunca serão exatamente do jeito que você quer. Se elas não
forem, então crie novas que serão.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-o2JN1jzYrmw/VCwvlRw1nhI/AAAAAAAABts/JQSWsCwE3Hk/s1600/IMG_1701-001.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-o2JN1jzYrmw/VCwvlRw1nhI/AAAAAAAABts/JQSWsCwE3Hk/s1600/IMG_1701-001.JPG" height="406" width="620" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Angel Monteiro</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-20847393704893295402014-09-16T00:16:00.000-03:002014-09-16T00:16:03.968-03:00Sobre crises<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesses últimos dias, entrei numa
crise que mistura abstinência e falta de interesse. Explico-me: tentei, por
inúmeras vezes, escrever algum texto para esse bendito blog, mas nada vingou ou
me agradou no seu resultado final. Comecei a achar meus textos simplesmente sem
utilidades e desinteressantes. Não que algum dia essas duas características tivessem
sido suas marcas registradas, mas a falta delas nunca me incomodou de fato. Até
agora.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sento minha bunda na cama (porque
não tenho uma mesa para trabalhar) e tento desenvolver alguns pensamentos e
opiniões que surgem vez ou outra na cachola. Eu tenho bastante coisa pra dizer,
mas ultimamente tudo tem me parecido tão inútil e esquecível que eu desisto de
escrever na metade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que eu queria mesmo era sentir
aquela vontade incontrolável que vem lá do fundo do estômago quando a gente
está escrevendo alguma coisa tão interessante, mas tão interessante, que não
existe a possibilidade dos seus dedos pararem de digitar por dois segundos pra
revisar o texto. Revisar eu faço depois, quando terminar de escrever tudo o que
me veio à mente. E no máximo a revisão vai servir pra corrigir umas letras intrusas
que se enfiaram nas palavras enquanto meus dedos digitavam freneticamente.
Porque o calor do momento também contribui e muito pra que um texto se torne
interessante.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E interessante é uma
característica indispensável pra que um texto exista. Porque o autor, antes de
apenas despejar litros de palavras em algum lugar, precisa achar suas próprias
palavras interessantes. Não falo só do texto que a gente pensou aqui na cabeça,
o que existe antes no mundo das ideias. Depois de ser concretizado de fato, ele
precisa continuar interessante. E não tem que ser só pro Fulano que vai ler. Antes
de qualquer coisa, o próprio autor precisa sentir uma vontade, daqui a uns três
dias ou uns quatro meses, de abrir o blog e lê-lo de novo, talvez sentir um
pouquinho de orgulho por ter escrito algo que considere relevantemente interessante.
E compartilhar de novo no Facebook, de tão bom que ele parece.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas infelizmente, no final das
contas, eu só tenho sentido fome e sono.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-d_sdg4F4pzo/VBerHiujs5I/AAAAAAAABrk/Q7DwEIpjwJg/s1600/zzzzzzz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-d_sdg4F4pzo/VBerHiujs5I/AAAAAAAABrk/Q7DwEIpjwJg/s1600/zzzzzzz.jpg" height="297" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Encontrei <a href="http://littleflower96.tumblr.com/post/97590316065" target="_blank">aqui</a>.</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-88516445975325996362014-08-20T00:21:00.000-03:002014-08-20T00:21:45.305-03:00História<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Ur2sQFPUHqA/U_QTEF7AlFI/AAAAAAAABrU/L94ankip37A/s1600/tumblr_mx5t7tjTzj1s9g0t3o1_1280.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-Ur2sQFPUHqA/U_QTEF7AlFI/AAAAAAAABrU/L94ankip37A/s1600/tumblr_mx5t7tjTzj1s9g0t3o1_1280.jpg" height="400" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Encontrei no <a href="http://brettjessica.com/blog/" target="_blank">Brett & Jessica</a></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sonhos? Ah!, eu tinha de monte,
meu filho. Eu era a menina mais sonhadora dessa cidadezinha de fim de mundo. Ficava
pensando no dia em que eu ia sair daqui, viver uma vida de gente adulta numa
cidade grande, com marido rico, dois filhos, vida feita, vida ganha, tudo
certo. E eu era ambiciosa. Se eu queria, eu corria atrás que nem louca pra
conseguir. Não deu certo na maioria das vezes, mas eu era teimosa demais, não
desistia fácil. Só que teve uma hora que não deu mais, tinha muita coisa
querendo minha atenção e eu não podia mais ser aquela menina sonhadora que
sentava na frente de casa e ficava assistindo os meninos jogarem futebol, imaginando
qual deles se tornaria um jogador famoso e meu futuro marido. Eu torcia pra ser
o Edu, que era o mais bonito de todos e que sempre abria um sorriso pra mim
quando me via passar. É claro que eu retribuía, de forma discreta pra ninguém
sair falando. Porque vou te contar, povo de cidade pequena sabe de tudo. Passa
mais tempo falando da vida dos outros que cuidando da própria. A gente tinha
que tomar cuidado com tudo o que fazia, ainda mais se fosse coisa que pai e mãe
não aprovavam. Namorar, então, foi uma verdadeira aventura de cinema, de tanto
que eu fugi e me escondi por aí pra namorar o Dudu (não, não é o mesmo Edu do
futebol, porque ele se mudou daqui algum tempo depois).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Dudu trabalhava na padaria com
o pai, atendendo os clientes. Eu ia lá toda tarde comprar pão, às três e meia,
quase num horário sagrado, só pra ver ele e confirmar se tava tudo certo pra gente
se encontrar atrás da igreja às sete e quinze. Era o horário que começava a
missa e tava todo mundo lá dentro, então ficava mais fácil da gente namorar em
paz. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma vez o padre quase pegou a gente,
porque o carro dele quebrou e ele teve que ir andando pra igreja. Aí a missa
atrasou e ele chegou na hora que eu tava indo lá pra trás encontrar o Dudu. Perguntou
por que eu ainda não tava lá dentro e eu não tive opção a não ser entrar na igreja
e assistir a missa. Deixei o Dudu lá me esperando e nesse dia não deu pra
namorar. Mas foi só nesse.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Até porque pouco tempo depois
Dudu teve coragem de ir falar com meu pai pra pedir permissão pra gente namorar
do jeito respeitoso, como dizia minha mãe. Meu pai ficou meio desconfiado no
começo, mas aceitou. E então a gente deixou de se encontrar atrás da igreja e agora
o encontro era na porta da minha casa, ainda no mesmo horário. Só não podia
passar das nove e meia porque era tarde demais pra moça de família ficar na
rua. Meu pai deixava meu irmão mais novo vigiando a gente da janela, pra ver se
a gente se dava o respeito e não fazia nenhuma safadeza. No começo meu irmão
até que era um bom vigia pro meu pai, mas depois de um tempo ele cansou de
passar tanto tempo sentado na janela sem fazer nada. Aí foi só o Dudu começar a
comprar ele com petecas que a gente teve alguns momentos de privacidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não demorou muito pra gente
juntar as coisas e casar de vez. Eu já tinha quase vinte e já queria mesmo ter
minha casinha, minhas coisas, sem pai nem mãe pra vigiar ou pra depender. Foi
na mesma época em que o pai do Dudu ficou muito doente e não pode mais
trabalhar, deixando a padaria pro filho cuidar. Aí eu fui trabalhar com ele,
porque não tinha dinheiro pra pagar mais gente pra ajudar a manter o negócio. E
eu era uma cozinheira de mão cheia, inclusive ajudei a deixar o pão mais gostoso
e comecei a fazer alguns pães diferentes pra vender. A gente levou aquele negócio
muito bem durante anos, quase quarenta. Mas aí o Dudu adoeceu, tinha o mesmo
problema do coração que o pai e não deu pra gente continuar fazendo pão. Então
a gente vendeu a padaria e o dinheiro ajudou bastante no tratamento do meu
velho. Nossos filhos todos se formaram, um engenheiro, um dentista e uma
professora, que foram pra cidade ganhar a vida, porque se passou muito tempo,
mas isso ainda é uma cidade muito pequena, eles não tinham muito o que fazer
por aqui.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Apesar do meu sonho de pequena de
sair daqui e ver o mundo lá fora, eu preferi ficar aqui, mesmo tendo a oportunidade
de ir embora. Depois de um tempo percebi que esse era o meu lugar e tô muito
bem aqui com o meu marido, vivendo confortável, com filhos bem-sucedidos que
vêm visitar a gente todo mês, num desses finais de semana que a vida tá menos
corrida. Tô tranquila vivendo o que me resta pra viver, do jeito que eu escolhi
viver. Tô muito bem, meu neto, obrigada por perguntar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-85860360367410699772014-08-03T19:09:00.000-03:002014-08-03T19:09:15.017-03:0014.883 gotas<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-NYUP6TRHEfQ/U96w84rmLhI/AAAAAAAABoo/uhTozhE08DY/s1600/hospital.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-NYUP6TRHEfQ/U96w84rmLhI/AAAAAAAABoo/uhTozhE08DY/s1600/hospital.jpg" height="400" width="223" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: we<b>heart</b>it</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Contei catorze mil oitocentas e oitenta e três gotas. Depois eu arredondei esse valor pra quinze mil por ter perdido cerca de cem gotas antes d'eu realmente começar a contar pingo por pingo. E demorou. Demorou muito. Pra caralho. Levava pelo menos uns 10 segundos pr'uma gota cair e, como depois de um tempo eu já tinha desistido de viver, eu desisti de me preocupar com o tempo que eu gastei contando gota por gota. Mas isso foi só depois. No começo eu queria era sair dali.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tava tudo tranquilo naquele sábado até eu começar a tossir. Foi de repente, mas é só um tosse besta. Quando eu percebi, tava na minha cama com quarenta graus de febre, dores no corpo e compromissos cancelados. A coisa não melhorou muito no domingo, mas foi só na segunda que eu me rendi e falei pra mim mesmo que tava foda demais pra ficar deitado esperando deus salvar minha vida. Fui então utilizar todos os meses já pagos do plano de saúde que me podia ser útil um dia (<i>tcharan!</i>) e mesmo assim me fizeram esperar pra porra. Passei umas cinco horas entre dar entrada na emergência, ser consultado, fazer os exames solicitados e retornar pra doutora dar o laudo definitivo. Só sei que no final a médica me disse que não tinha dado nada nos meus exames e só mandou eu tomar soro. Mas as coisas sempre podem piorar, não é, meu caro? Não bastava eu estar me sentindo muito mal, ter esperando três vidas pra fazer tudo e aquela vaca me dizer que eu não tinha nada (WHAT?), eu fui tomar soro. Mas não, não apenas soro. Foram três, você leu bem, três bolsas de soro, de um forma tão, mas tão lenta que a melhor forma que eu achei pra descrever essa lentidão está no começo desse texto, seu moço.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E qual o objetivo desse texto? Sei lá, foi só um desabafo. Talvez queira que alguém se compadeça da minha história, do meu dia ruim, ou só que as pessoas sintam um pouco do que senti. Assim como a doença surgiu, de repente, veio a vontade de relatar essa minha história.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aliás, já tô melhor.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-1805980686453462932014-07-28T02:23:00.000-03:002014-07-28T02:23:09.812-03:00A luta diária de Paula<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-zDgthd5kwvM/U9Xd0V8G4vI/AAAAAAAABoY/XStouD2ca6k/s1600/paula.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-zDgthd5kwvM/U9Xd0V8G4vI/AAAAAAAABoY/XStouD2ca6k/s1600/paula.jpg" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">we<b>heart</b>it</td></tr>
</tbody></table>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 1.35em; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><span style="line-height: 18.399999618530273px;">A luta diária de Paula começa antes mesmo de abrir os olhos. Basta acordar, ainda com as pálpebras cerradas, pra ter certeza de que preferia ter continuado dormindo. Por que levantar? Qual a necessidade de sair do lugar mais aconchegante que existe no mundo? Um absurdo quem inventou essa história.</span></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 1.35em; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><span style="line-height: 18.399999618530273px;">Pensar em tudo o que ela precisava fazer durante o dia deixava tudo mais difícil. Inclusive parecia que a cama sabia de todos os compromissos de Paula e teimava em deixar os lençóis e travesseiros ainda mais confortáveis. Quase uma missão impossível sair dali.</span></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 1.35em; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><span style="line-height: 18.399999618530273px;">Paula não queria trabalhar, encontrar os amigos, não queria pensar muito. Falando em trabalho, imagina o quão bem-sucedida Paula seria se trabalhasse dormindo? Melhor emprego do mundo, empregada do mês, do ano, não teria pra ninguém. Mas isso não existia – ou pelo menos ela não tinha conhecimento desse trabalho (mas era uma boa ideia pesquisar no Google se existe alguém que ganha dinheiro dormindo).</span></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 1.35em; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><span style="line-height: 18.399999618530273px;">Passou tanto tempo tomando coragem pra levantar que sentiu fome. Foi aí então levantou da cama.</span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-74069525453338229172014-05-19T10:13:00.000-03:002014-05-19T10:13:14.168-03:00Agora, triste<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ligo o computador. A playlist já
tá pronta, só preciso dar o play. Não vou ouvir baterias barulhentas,
palminhas, sintetizadores ou gritos. Vai ser calmaria. Quero continuar deitado
na minha cama, encarando o teto branco e sem graça, me sentindo simplesmente
triste.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não quero minha comida preferida,
não quero aquela música que me faz dançar, não quero a lembrança dos bons
momentos que eu vivi, não quero os meus amigos que me fazem minha barriga doer
de tanto rir, não quero pensar, não quero brincar, não quero ser feliz. Não
agora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quero ficar parado, ali, sem
saber exatamente o motivo de querer tanta tristeza. Só sei que quero continuar
ouvindo aquela melodia triste, cantada por uma voz triste, que sente a mesma
coisa que eu.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acho que o dia foi cheio, nem
tudo deu certo, eu fiz alguma besteira enorme e eu sei que faz parte da vida e
não tô reclamando disso, eu juro. Só que deu vontade de aproveitar a tristeza
que eu tô sentindo. Sei que ela vai me fazer bem, mesmo que não seja agora.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-4xsOQ_vNvsc/U3oCw0CMg1I/AAAAAAAABoE/H4vYgr4ZaPU/s1600/sad.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-4xsOQ_vNvsc/U3oCw0CMg1I/AAAAAAAABoE/H4vYgr4ZaPU/s1600/sad.jpg" height="400" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Encontrei <a href="http://katekills.tumblr.com/post/86121271025" target="_blank">aqui</a>.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-53655695957409139742014-05-05T23:52:00.000-03:002014-05-05T23:52:17.858-03:00Um mo(vi)mento<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;">É incrível como a coisa flui, pelo
menos pra mim. Basta um movimento interessante de alguém na rua, um estranho
que eu nunca vi mais gordo, mas que levantou o braço de um jeito tão... tão...
sei nem descrever. E aquele movimento aparentemente simples fica gravado na
minha memória, rodando no repeat, até eu escutar aquela música que eu sempre
quis coreografar. E tem aquela parte muito bonita da letra que diz que o amor é
complicado, mas isso pouco importa no final das contas. Ficaria tão bonito
aquele movimento de braço na hora que o cantor canta isso, quando a guitarra
chora. E aí já era. Me vem outro movimento, vou experimentando aleatoriamente,
essa música é tão bonita, a perna levanta nessa hora, <i>and it's never enough, love is never enough without you</i><span style="font-size: small;">, e a música
acaba.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;">A coisa nem sempre fica
perfeitamente bonita, mas dá pra ir aperfeiçoando com o tempo. Queria mesmo era
encontrar aquele estranho na rua e dizer obrigado. Ou quem sabe mostrar pra ele
como ficou a coreografia, ou só dar um abraço, sei lá.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-P-wtyYlcwAw/U2hM-tYok0I/AAAAAAAABn0/4OnjXQOoo-k/s1600/DSC_0452-001.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-P-wtyYlcwAw/U2hM-tYok0I/AAAAAAAABn0/4OnjXQOoo-k/s1600/DSC_0452-001.JPG" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://www.flickr.com/photos/in_constante/" target="_blank">Photo: Renan Mendes</a> | Modelo: Filipe Lobato</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-68613910582956742972014-04-27T21:22:00.001-03:002014-04-27T21:22:17.650-03:00Acúmulo<div style="text-align: justify;">
Sentei na frente do computador sem esperar muita coisa. Afinal, fazia muito tempo, nem me lembro desde quando, que aquela velha conhecida vontade de transformar tudo em palavra havia morrido. Foi de repente, assim como acontece com muita gente. Um dia tá tudo bem, melhor impossível, e quando vai ver, acaba, ponto final.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não teve choro, não teve velório. Sempre achei que sem tanto drama fica mais fácil de aceitar qualquer perda, então eu não dramatizo e paro de pensar tanto no assunto. Um amigo meu vive me dizendo que meu coração deve estar cheio de lágrimas não choradas, de dores não colocadas pra fora e ele tem certeza que um dia eu vou transbordar e tudo vai vazar de uma só vez, inundando tudo. Não sei se eu acredito nele, mas o fato é que em todos esses anos nunca ouve nenhum prenúncio ou aviso divino de que meu dilúvio estivesse prestes a acontecer. Então eu continuo evitando o drama, assim como eu fiz quando minha vontade de escrever morreu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O fato é que naquele dia alguma coisa parecia diferente. É bem clichê dizer isso, mas eu sentia que alguma coisa tinha mudado. O quê? Eu não fazia a menor ideia. Foi por isso que eu revisitei todas as minhas perdas pra ver se a mudança tinha alguma coisa a ver com elas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Comecei com o violão, que meu pai me deu de aniversário aos 12 anos e que foi abandonado três meses depois. Eu até tocava bem, mas depois enjoei. Mas a vontade podia ter voltado, não é? Peguei o violão, dei uma limpada no bicho que tava mais empoeirado que meus CDs na estante da sala e dedilhei as cordas. Foi um sentimento estranho e ruim. Sei lá, eu me sentia errado segurando aquele instrumento. Eu não me lembrava de muitos acordes, então não pude fazer muita coisa a não ser colocá-lo de volta no canto do quarto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então sentei no computador, como já disse. Abri uma página em branco pra ver o que acontecia e aconteceu. Começou com a letra 'a' e depois uma palavra, uma frase, um parágrafo. Eu transbordei. Meu dilúvio finalmente aconteceu e as minhas palavras eram gotas da chuva e o som dos meus dedos tocando freneticamente várias letras no teclado preto era o trovão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só que depois de um tempo, parecia que minhas mãos não eram rápidas o suficiente pra acompanhar toda a tempestade que acontecia dentro de mim, toda a euforia e tristeza misturadas com o alívio que percorria o meu corpo inteiro. Foi aí que comecei a transbordar pelos olhos, sentindo o dilúvio esquentando meu rosto, borrando minha visão e não me deixando mais ler o que eu escrevia na tela. Mas isso pouco importava. Eu sentia o que eu queria escrever e era muito mais forte do que qualquer palavra que eu digitasse no teclado. E eu continuei sentindo até que eu me vi fraco demais pra conseguir sobreviver ao meu próprio dilúvio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Teve choro, teve velório.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-VCHJuJjPcnU/U12dU5J54qI/AAAAAAAABnk/bl7ozqZ8Eoo/s1600/mourning.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-VCHJuJjPcnU/U12dU5J54qI/AAAAAAAABnk/bl7ozqZ8Eoo/s1600/mourning.jpg" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: we<b>heart</b>it</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-34486246238735072682014-02-25T01:06:00.001-03:002014-02-25T01:06:56.577-03:00Natural demais<div style="text-align: justify;">
Era mais um dia normal como sempre, muito obrigado, até eu ler uma matéria sobre o caso Madeleine McCann, que vai completar seis anos em maio. A menina desapareceu em 2007, do quarto de um hotel português onde a família estava hospedada passando férias. Eu tinha me esquecido desse caso, confesso. Mas depois de ler o texto, minha cabeça fervilhou tanto que só me restou escrever.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não consigo imaginar a angústia dos pais da menina quando descobriram que a filha havia desaparecido. E mais difícil ainda é imaginar como esses pais conseguiram viver esses quase 6 anos sem notícia alguma, sem saber se ela está bem ou se está viva. Eles estão esse tempo todo no escuro e eu não consigo deixar de pensar em como deve ser horrível viver um pesadelo que não termina quando eles acordam toda manhã. Será que você conseguiria?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não consigo entender os motivos que levam algumas pessoas a cometerem atrocidades como essas - ou piores. Apesar de não entender, hoje em dia eu já não duvido do nível de crueldade das pessoas. É cada notícia absurdamente cruel que se lê nos jornais que depois de um tempo pouca coisa começa a te surpreender. Infelizmente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dia desses eu tava no ônibus e um casal vinha conversando no banco da frente. Mesmo com fones no ouvido, não pude deixar de ouvir o garoto quase gritando pra todo mundo ouvir sobre as quatro pessoas que foram mortas na semana passada na rua onde morava. Inclusive ele achava até estranho que já era quinta-feira e ninguém mais tinha morrido por lá. Virou rotina.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu me assusto com essa "naturalidade" que eu noto muitas vezes nas vozes das pessoas (e na minha também) ao falar dessa violência, que estampa diariamente as capas dos jornais - e todo dia de manhã, num ponto de venda de jornais, você encontra uma rodinha de pessoas dando uma olhada nas principais notícias do dia pra ver quanto sangue foi derramado ontem. E o que não falta é sangue nos jornais. Tem sangue demais, segurança de menos, mas a gente já se acostumou com isso, não é mesmo? Não é?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-0-EO7kOMuzw/UwwVaAM8itI/AAAAAAAABnQ/YAtfFhvgu68/s1600/dead.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-0-EO7kOMuzw/UwwVaAM8itI/AAAAAAAABnQ/YAtfFhvgu68/s1600/dead.jpg" height="265" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: we<b>heart</b>it</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-56471664144254357612014-02-16T21:40:00.000-03:002014-02-16T21:40:26.709-03:00Things will change if...<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-U6lcl-wOR4A/UwFZ5irCv5I/AAAAAAAABnA/mNypYdwnplM/s1600/things.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-U6lcl-wOR4A/UwFZ5irCv5I/AAAAAAAABnA/mNypYdwnplM/s1600/things.jpg" height="400" width="252" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Achei aqui, ó: http://amortizing.tumblr.com/</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Calma, calma. Não precisa de tudo isso. Eu sei que tá tudo uma merda e provavelmente as coisas vão continuar assim por um tempo. Mas é só por um tempo. Depois passa, as coisas mudam. Lembra da última vez? Foi exatamente assim como eu tô te falando. Confia em mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pode ser que os teus problemas não se resolvam completamente. Mas depois de um tempo a gente aprende a lidar com eles. Uma hora a gente cresce e ao menos aprende um jeito de não deixar toda essa merda atrapalhar o resto da vida. Vai por mim, isso já aconteceu comigo e foi exatamente assim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então deixa de tanta neura e começa a pensar direito, começa a procurar soluções e o melhor jeito de resolver as coisas. Porque tudo bem sentar e chorar no começo, mas depois é preciso parar de mimimi e fazer alguma coisa. Senão é bem capaz de tudo continuar do jeito que tá e não vais poder culpar ninguém além de ti mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-36836479750480540722014-02-01T23:32:00.000-03:002014-02-01T23:32:05.628-03:00Por enquanto<div style="text-align: justify;">
Nem sei mais se eu quero conversar sobre isso, sabe? Não faz muito tempo, mas, sei lá, parece tão... tão desnecessário agora, não é? Quer dizer, parece desnecessário pra mim, então por que diabos eu vou me dar ao trabalho de remexer nessa situação desagradável pra tentar resolver uma coisa que agora tanto faz? Sei lá, se um dia a gente resolver tentar alguma coisa de novo, quem sabe, talvez a gente senta e conversa sobre o que aconteceu. Não parece perda de tempo? Pois então, vamo deixar pra lá, a gente tem que se preocupar com tanta coisa diariamente que é quase um alívio não adicionar mais uma preocupação a essa lista. É só seguir em frente, a vida continua, let it be. Pelo menos sobre isso, por enquanto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-p2pzzv_nTME/Uu2toX8g9aI/AAAAAAAABmw/oima-g5AQjE/s1600/let+it+be.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-p2pzzv_nTME/Uu2toX8g9aI/AAAAAAAABmw/oima-g5AQjE/s1600/let+it+be.jpg" height="265" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Encontrei nesse <b><a href="http://immediaterelief.tumblr.com/post/38911765468" target="_blank">tumblr</a></b>.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-56196391869248162062014-01-18T21:57:00.000-03:002014-01-18T21:57:19.500-03:00What are you afraid of?<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-t9aNg4fDQlY/UtsheBvPsVI/AAAAAAAABmY/ur8HfMRRgW0/s1600/medo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-t9aNg4fDQlY/UtsheBvPsVI/AAAAAAAABmY/ur8HfMRRgW0/s1600/medo.jpg" height="298" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Encontrei <a href="http://strawberryposh.tumblr.com/post/5413615096" target="_blank">aqui</a>.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Então, senta aí, fala pra mim. Do que você tem medo?
Aranhas, baratas, cobras, leões? Talvez eu tenha medo de leões porque eles são
maiores do que eu, mas não saio correndo toda vez que vejo uma barata ou uma
aranha subindo pela parede. Mas cada um tem seu medo, né? Quem sou eu pra
julgar? </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um amigo meu disse que tinha medo de ficar sozinho pelo resto da
vida. E ele não é o primeiro a me dizer isso. Ontem mesmo eu li um texto da
Martha Medeiros falando sobre esse mesmo medo. Minha tia me disse uma vez que, quando pequena, morria de medo
do escuro e que até hoje ela se sente incomodada de dormir com as luzes
apagadas, dorme no claro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu, por exemplo, tenho medo de altura. Mas não é bem isso, na
verdade. Eu tenho medo de uma altura insegura, sabe? No 30º andar de um prédio,
olhando a cidade pela janela, tá tudo bem, eu sei que não vou me jogar dali e
dificilmente vou cair. Mas subir numa simples árvore não é uma sensação muito
legal, nem em um muro, quem dirá uma escada velha. E nem é tão alto quanto o 30º
andar, mas é que é bem mais difícil o prédio cair ou eu me jogar dali do que a
escada quebrar ou eu escorregar da árvore, não acha?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Você tem medo da morte? Conheço muita gente que morre de medo de morrer. Eu já pensei muitas vezes sobre esse assunto e cheguei à conclusão de que não tenho medo de morrer, só me preocupo se vai doer muito, sabe? Não bato cabeça pensando em tudo o que vou deixar pra trás e o que eu não vou poder viver, até porque eu não vou lembrar nada disso, afinal eu vou estar morto mesmo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas esses são os meus medos, minhas neuras. Você ficou
calado o tempo todo. Então me conta, você tem medo de quê?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-55552142193490860932014-01-06T17:00:00.000-03:002014-01-06T17:00:02.830-03:00Velhice<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-COmBJVE0nsU/UsoPQPYSUWI/AAAAAAAABmI/Ygbbma_ImSY/s1600/old.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-COmBJVE0nsU/UsoPQPYSUWI/AAAAAAAABmI/Ygbbma_ImSY/s1600/old.jpg" height="400" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: we<b>heart</b>it</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No fone de ouvido, um rock
antigo, tão antigo que ele nem se lembrava de quando era. Talvez estivesse tão
velho quanto aquela canção, porque havia começado a esquecer de coisas bestas,
como o dia da semana, a hora de tomar remédio, a conta que venceu ontem. Mas
ele não se importava com isso. Inclusive esperava ansioso o dia em que
começaria a esquecer de coisas desagradavelmente importantes. Não via a hora de
usar a velhice como desculpa por não ter ido àquela reunião de negócios chata
com gente chata falando de um assunto chato que ele teve que aturar todos os
dias da sua vida por quase 20 anos. Ele sabia que aquela profissão fora sua
escolha, mas não era bem que isso que ele realmente gostava. Mas como isso não o levaria a outra coisa que ele também gostava muito - dinheiro
- optou então por seguir um caminho fácil porém chato que era aquela rotina de
todo santo dia, todo dia santo e você sabe o resto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Passa tempo, idade aumenta,
velhice chega, as pessoas começam a esquecer das coisas e ele se esqueceu do
que realmente gostava. Agora só restava esquecer o que ele não gostava e então
ele poderia finalmente não lembrar mais nada.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-85421988858454652402013-12-28T10:30:00.000-03:002013-12-28T13:34:39.551-03:0048 meses<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu poderia começar esse texto
falando sobre como as coisas mudam em quatro anos. E eu não estaria mentindo.
Mas aí seria a mesma coisa de todos os outros textos de aniversário que eu
escrevo pro blog e eu já cansei. Foi aí que resolvi fazer algo diferente. <strike>É bem
provável que alguém já tenha feito isso por aí, mas eu nunca fiz, então é
novidade.</strike><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
São quatro anos. 48 meses com
esse blog no ar. Então, pra quem tiver saco, aqui estão 48 coisas sobre o blog
e o blogueiro que vos escreve.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ah, se as lindas do <a href="http://mvcee.blogspot.com.br/" target="_blank">Minha Vida Como Ela É</a> e <a href="http://ma-gramatica.blogspot.com/" target="_blank">Língua e Imagem</a> quiserem fazer isso de acordo com os meses que os
blogs dela têm de vida, ficarei super feliz em ler.)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-HiI1R893hSM/Ur4MTrak0dI/AAAAAAAABlg/46WZ4MMm9_Q/s1600/4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-HiI1R893hSM/Ur4MTrak0dI/AAAAAAAABlg/46WZ4MMm9_Q/s200/4.png" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
1. Esse blog quase foi abandonado
depois da sua criação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
2. Outros 3 blogs tinham sido
abandonados antes desse, então eu tinha quase certeza de que esse também seria.
Era a lógica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
3. Meus textos eram mais idiotas
do que são hoje.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
4. Eu usava esse blog como um
diário, daqueles que contavam sobre o meu dia e tudo o mais. Pelo menos os
textos não começavam com "querido diário...".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
5. Sim, vai lá olhar os meus
primeiros textos pra comprovar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
6. Dos textos que eu escrevo,
poucos são os que eu realmente gosto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
7. Todos os meus textos são
baseados em histórias verdadeiras, minhas e de outras pessoas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
8. E poucas são as pessoas que
sabem exatamente quais deles são sobre a minha vida ou de outras pessoas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
9. Inclusive eu já escrevi um
texto sobre escrever textos baseados na vida de outras pessoas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
10. Eu passei a andar com um
pequeno caderno na mochila depois que eu percebi que perdia muitas ideias por
não anotá-las na hora em que me vêm à mente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
11. É por isso que devo ter quase
50 textos não acabados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
12. E 25 textos prontos pra
serem publicados aqui no blog.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
13. Eu sempre gostei de ler,
desde pequeno. Deve ser por isso que gosto de escrever.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
14. Eu aprendi a ler com os gibis
da Turma da Mônica <3 o:p=""><!--3--><!--3--></3></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
15. Inclusive eu ensinei minha
prima mais nova a ler também com os gibis da Mônica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
16. Eu adorava cadernos de
caligrafia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
17. Foi por causa
deles que minha letra mudou tanto ao longo dos anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
18. Na verdade, até hoje ela
sofre sutis alterações.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
19. Isso é horrível quando se trata
de documentos, porque a assinatura da minha identidade não é mais a mesma. Aí
eu tenho que imitá-la.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
20. Eu prefiro mil vezes escrever
em papel que digitar, apesar de ser muito mais rápido no computador.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
21. Eu sempre quis ter uma
máquina de datilografar, mas quando eu ganhei uma, ela quebrou logo depois.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
22. Eu normalmente escrevo os
meus textos ouvindo músicas (e isso se aplica a listas também, inclusive
ouvindo k-pop agora).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
23. Falando em música, eu criei outro
blog pra fazer críticas musicais, mas ele só tem o layout pronto e nada
mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
24. Esse blog já teve tantos
outros nomes e tantos outros layouts que eu nem sei contar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
25. Foi por isso que depois eu
o nomeei Inconstante. Casou perfeitamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
26. Mas aí então eu fiz uma
promessa de só trocar o layout dele de ano em ano, normalmente no aniversário.
E aqui ele está.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
27. Eu gosto tanto de mexer na
identidade visual do blog que tenho outras 3 propostas de layout que ainda
pretendo usar um dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
28. Esse deveria ser o texto de
número 200, justo no dia em que o blog faz 4 anos. Mas aí eu fiquei confuso
porque isso não é bem um texto, é uma lista. Mas vou contar mesmo assim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
29. Eu tive a ideia de fazer essa
lista depois de perceber que todo texto de aniversário do blog era quase a
mesma coisa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
30. Eu vivo um grande dilema na
minha vida: achar que todos os textos que escrevo são parecidos com algum outro
que eu já escrevi um dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
31. Uma das maiores dificuldades
de ser blogueiro: encontrar imagens que combinem perfeitamente com o texto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
32. Esse problema seria resolvido
se eu mesmo fizesse as minhas fotos, mas isso demanda tempo, dinheiro e
segurança na cidade, mesmo que eu adore fotografar. Por isso uso imagens de
outras pessoas (dando o devido crédito, é claro).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
34. Eu também queria saber
desenhar pra que eu pudesse ilustrar os meus textos, mas eu desenho muito mal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
35. Inclusive um dos layouts que
eu tenho guardado é todo feito de desenhos a mão, mas aí eu também queria que
todos os textos tivessem imagens assim e fica complicado quando você não gosta
dos próprios desenhos e nem pode pagar alguém pra fazer isso, né?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
36. Demoro 6537659 milhões de
anos pra dar título aos meus textos. E eu nunca acho que eles ficam bons o
suficiente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
37. Pesquisas apontam que meus
textos melhoraram 56348% depois que comecei a fazer Jornalismo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
38. Quase tanto quanto escrever,
eu adoro revisar textos de outras pessoas (quando elas me pedem, é claro).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
39. Infelizmente hoje em dia eu
leio menos blogs do que eu acostumava ler ano passado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
40. Assim como os textos que eu
escrevo, gosto de blogs na categoria crônicas/contos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
41. E sim, eu julgo um blog pela
aparência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
42. Minha maior surpresa do ano
foi encontrar o blog <a href="http://mvcee.blogspot.com.br/" target="_blank">Minha Vida Como Ela É</a>, da Ana Luísa. Uma doçura de ler.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
43. Odeio pessoas que comentam
nos textos pedindo pra gente ir ler o blog deles.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
44. Só comento nos textos dos
outros quando eu gosto muito ou quando tenho algo a dizer sobre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
45. Através de blogs, já conheci
duas pessoas que foram muito importantes na vida real.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
46. Fico dividido entre a
vergonha e a confusão quando as pessoas dizem que adoram os meus textos. <i>Ai,
valeu, mas como assim tu gosta daquelas coisas, gente?</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
47. <o:p></o:p>Quatro anos de blog e eu fico super feliz de ainda sentir um enorme prazer em tocar esse projeto em diante.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
48. <o:p></o:p>Me desejo pelo menos mais quatro anos de sentimentos extravasados em textos. Amém.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-75088065413997881282013-12-14T20:00:00.000-03:002013-12-15T00:07:21.799-03:00Maria<div style="text-align: right;">
<i>Please be honest, Mary Jane: are you happy?</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Don't censor your tears.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E então, Maria? Me diz a verdade, por favor. Eu posso tá te pedindo isso agora, mas eu juro que é pensando em ti. Eu te peço: seja sincera contigo mesma, mulher. Porque não adianta andar por aí sorrindo mais do que todo mundo a tua volta quando por dentro tá tudo uma bagunça, aquela mesma que nunca tiveste coragem de arrumar. Por que ser assim? Não precisa atuar o tempo todo. Isso não te cansa, não? Porque eu já taria cansado há um tempão e teria mandado todo mundo pro inferno. E teria chorado depois. Não, chorar não é coisa feia, tira essa ideia da cabeça. Chorar faz bem, muitas vezes, pra fazer doer menos essa vida meio porra-louca que a gente vive todo dia. E eu acho que além da sinceridade, acho que precisas chorar. Mas chorar mesmo, daquele jeito que os olhos ficam vermelhos e você soluça tanto que parece que não vai mais conseguir respirar. Mas aí você consegue respirar porque o choro uma hora termina - seja porque você já chorou tudo o que tinha pra botar pra fora ou só porque você não tem mais forças pra chorar. E depois de chorar, depois de aceitar tudo, as coisas ficam melhores, a gente consegue pensar com clareza e ter pulso firme pra mudar essa vida. Bom, pelo menos foi assim comigo. Eu espero que as coisas sejam assim pra ti também, se possível mais fácil, porque eu sei que uma hora tu cedes, tu pedes arrego de todo esse peso que vens carregando no teu coração. Vai por mim, Maria: quanto mais cedo tu fores honesta contigo e com teus sentimentos, melhor pra ti e pra todas as pessoas que te amam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-CdMbiqELRvk/UqFfaGFekOI/AAAAAAAABlA/IBo3v-kgjKQ/s1600/eye.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" src="http://1.bp.blogspot.com/-CdMbiqELRvk/UqFfaGFekOI/AAAAAAAABlA/IBo3v-kgjKQ/s400/eye.gif" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-6770668116497267762013-12-06T02:08:00.000-03:002013-12-06T02:08:01.431-03:00Contradição<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Abri um documento e fiquei
olhando para tela do notebook, esperando alguma coisa acontecer: uma ideia
surgir, algo sobre o que escrever ou quem sabe o sono chegar. Uma ideia surgiu,
vaga e corriqueira, algo sobre o qual eu já tinha escrito, mas dessa vez sob um
novo ponto de vista. É sempre bom analisar algo de todos os ângulos possíveis,
tirar a conclusão depois de ter certeza de ter verificado tudo, diminuindo a
probabilidade de se falar besteira ou julgar precipitadamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Então comecei a escrever algumas
palavras, uma frase, três períodos e o primeiro parágrafo estava concluído. Foi quando eu percebi que já não sabia mais o que escrever. Tudo bem, já escrevi textos curtos antes,
inclusive alguns com duas linhas apenas (você chama isso de texto?). O problema
é que aquele texto me parecia incompleto. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Inexplicavelmente faltava alguma
coisa. E essa sensação incomodava. Como se não bastasse, ainda tinha a certeza de que não
havia mais nada que eu pudesse acrescentar àquilo. Contradição da vida que até
hoje eu não consigo entender. E eu tentei bastante, mas chega uma hora em que
não se pode mais, que existem outras coisas para se preocupar e a gente
substitui as velhas preocupações pelas novas mais urgentes, ou apenas mais
intrigantes. Acontece.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Alguns dizem que isso nos ajuda a
crescer. Talvez seja mesmo, como forma de aprender que nem tudo possui
resposta, que algumas coisas simplesmente são e pronto. Quem sabe? Só sei que a
contradição continuou, a sensação de falta também e o sono finalmente chegou.
Achei melhor me entregar às necessidades do corpo e descansar a mente. Quem
sabe a resposta não me viria nos sonhos? As coisas são tão estranhas que eu não
duvido nada que isso seja possível.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Yl3au2GnBec/UqFbYQnbDYI/AAAAAAAABk0/SYVZhjxdmww/s1600/computer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="http://2.bp.blogspot.com/-Yl3au2GnBec/UqFbYQnbDYI/AAAAAAAABk0/SYVZhjxdmww/s400/computer.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: we<b>heart</b>it</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-53111383292905891832013-11-24T14:45:00.000-03:002013-11-24T14:45:29.937-03:00O lado bom<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://fbcdn-sphotos-a-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/525300_560945473923714_497565784_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://fbcdn-sphotos-a-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/525300_560945473923714_497565784_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: Renan Mendes</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tenho alguns arranhões no rosto,
uns machucados nas pernas e dores pelo corpo todo. Quebrei a cara. Foi
horrível, como sempre é toda vez que as coisas não saem do jeito que imaginamos,
quando as pessoas não se importam com os nossos sentimentos, quando todo mundo
espera o impossível de você e tudo o que você quer é paz pra fazer as coisas do
seu jeito, sem pressão. O mundo nunca foi e nunca vai ser perfeito, do jeito
que – pelo menos nós achamos que – deveria ser. Foi desde quando eu realmente
percebi isso que eu tomei a decisão de sempre procurar o lado bom das coisas
que acontecem comigo. Graças aos céus, a maioria delas só possui o lado bom,
mas ainda existe a minoria. Nessa outra parte, as pessoas são maldosas e não se
importam em me machucar; nessa parte eu crio expectativas com projetos que não
dão certo, que fracassam, que me frustram; é nessa parte que algumas coisas que
eu tinha certeza que durariam pra sempre terminam por besteiras; é aí que eu
fico perdido me perguntando se eu tô fazendo a coisa certa com a minha vida, se
eu tô fazendo as coisas certas para as pessoas, se eu tô sendo bom o suficiente
com pessoas que são boas o suficiente comigo. E a lista não terminaria, porque
essas coisas acontecem com todo mundo e não seria diferente comigo. Mas eu
posso lidar de maneira diferente com essa outra parte da vida. Eu posso aceitar
que algumas coisas fogem do meu controle, que não poderiam ser diferentes e eu
tento buscar o que essas coisas podem me ensinar. Foi horrível ver aquele
projeto não dar certo? Foi, sim. Mas ele não deu certo porque tinha muita gente
envolvida que não se envolveu de verdade. Da próxima vez, vou selecionar melhor
e quem sabe trabalhar de outro jeito pra que as coisas possam ter mais chances
de dar certo. Não fui bem numa prova importante? Ok, agora já foi. Mas eu posso
estudar e me esforçar mais pra que isso não aconteça de novo. Pessoas que eram
próximas de mim não estão mais na minha vida? Vou procurar os motivos pra isso
ter acontecido. Se der pra consertar, ótimo. Caso não dê, vou tentar ao máximo
não cometer os mesmos erros outra vez. E assim eu resolvi levar a vida, pra que
as coisas ruins que ela traz não se tornem maiores que as coisas boas que eu
vivo todo dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-67786739570056237782013-11-20T00:05:00.001-03:002013-11-20T00:07:30.666-03:00Antes de entrar no palco<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i>A todas as pessoas que dançam comi<span style="text-align: justify;">go, </span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i style="text-align: right;"><span style="text-align: justify;">seja dentro ou fora do palco.</span> </i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Começa um dia antes. O aviso no celular te lembra que
já é amanhã, o professor dá as últimas dicas durante a aula e aí o sentimento
vai ficando cada vez mais forte. O dia chega e eu já acordo naquela expectativa
boa, empolgante, contagiante. Tem outros assuntos pra resolver antes do momento
acontecer? O sentimento não vai embora, continua lá. Por mais que eu me
distraia por algum tempo, nunca parece que é tempo suficiente pra esquecer
aquele formigamento no fundo do estômago – claro, um formigamento bom, não gastrite
(ainda).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E o tempo vai passando, a hora vai chegando e eu fico
relembrando tudo o que eu tenho que fazer na hora. O que eu preciso tá comigo? Não
esqueci nada? Ah, então tudo certo, é só chegar e fazer o meu melhor. Quer
dizer, fazer o meu melhor e esperar que os outros também façam os seus. Porque
eu não tô sozinho nessa. Felizmente. Fica mais fácil e divertido dividir essa
ansiedade pré-apresentação. Como será que o público vai reagir? Será que eles
vão prestar atenção nessa parte, que foi pensada exatamente pra que eles fiquem
impressionados? Eles vão ficar impressionados? Eles vão gostar? A gente vai gostar?
Um milhão de coisas na cabeça antes de entrar no palco. E às vezes tudo o que
você consegue fazer é rir feito bobo. Rir de você mesmo, do outro, com o outro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma espiadinha pela coxia (quando ela existe, claro) pra ver
a plateia: quem são os rostos pra quem eu vou dançar dessa vez? Sim, alguns já
são familiares, que reconfortante! Mas tem gente nova, sempre tem. Ainda bem.
Novidade pra eles que vão ver a coreografia pela primeira vez e novidade pra nós,
que vamos ter que fazer com que esse público novato sinta tudo o que a gente
sentiu durante a construção do número. E esse calor no corpo não existe só
porque é preciso se aquecer antes de entrar no palco. Ele já tá lá desde o
momento em que a gente sabe que vai fazer uma das coisas que mais gosta
de fazer na vida: dançar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-oKz00M__H8M/UomASblhJmI/AAAAAAAABkk/buvdurl6EwU/s1600/1240056_596194153756118_747245363_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-oKz00M__H8M/UomASblhJmI/AAAAAAAABkk/buvdurl6EwU/s400/1240056_596194153756118_747245363_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: Túlio Veríssimo</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-23772089470779777732013-11-10T16:57:00.000-03:002013-11-10T16:57:55.870-03:00O acaso da criação<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-xcR7iC7noQ8/Un_kl7QbjgI/AAAAAAAABkM/xZ88yu7zdWI/s1600/luz.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-xcR7iC7noQ8/Un_kl7QbjgI/AAAAAAAABkM/xZ88yu7zdWI/s400/luz.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: Tá no <a href="http://mutavel.tumblr.com/" target="_blank">Mutável</a>, mas quem dera fosse minha.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acho incrível o motivo de alguns
textos nascerem. Pelo menos comigo, a maioria deles nasce do acaso. Não é que
eu nunca parei pra pensar sobre os fins dos meus relacionamentos ou sobre a
saudade de que eu sinto das pessoas ou ainda sobre como cada uma delas desperta
algo diferente em mim. A questão é que, desde quando eu comecei a escrever, eu
passei a pensar nos temas do meu texto meio que sem querer. Foi um olhar de alguém
na rua que me lembrou de uma pessoa que um dia foi muito importante pra mim.
Foi uma frase dita por um estranho no ônibus que me fez pensar o quanto gastamos
tempo e energia reclamando de tudo e de todos e fazendo pouco pra mudar o que
nos incomoda. Foi uma imagem, uma música, um gesto que me fez lembrar aquele meu
antigo caso ou que me fez passar horas imaginando a história de uma pessoa e, a
partir dela, criar minhas próprias histórias. Eu acho no mínimo curioso o jeito
como esses meus textos surgem. Não sei se acontece com todo mundo ou esse é meu
jeito de escrever, só sei que acontece assim. Só espero que o acaso se faça
presente por muito tempo na minha vida. Ele tem me feito um bem danado,
literariamente falando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-38363472810425597172013-10-07T19:46:00.000-03:002013-10-07T19:46:09.887-03:00Não sei o que seria de mim sem ele<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu tô um lixo. Hoje é mais um
daqueles dias ruins, onde parece que tudo precisa, tem que dar errado. E tá dando. E
eu só quero, mais que tudo, voltar pra casa. Eu não preciso resolver meus
problemas, consertar meus erros, melhorar o que tá ruim. Eu preciso do
aconchego dele; porque é ele que me faz ver o quanto as coisas estão nos lugares certos. Não há erro. Pelo menos não quando eu me deito no peito dele. E é disso que eu preciso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nada importa quando eu estou com ele. Meu porto-seguro, minha certeza de calmaria em meio às tempestades
diárias - mesmo quando as tempestades começam dentro de casa. Não importa motivo. Só importa que, no final das contas, eu posso olhar nos olhos dele,
sem precisar dizer uma única palavra, sem emitir um único som, e ele sabe,
como sempre soube, que eu preciso dele. Então ele coloca aquela música,
aquela que sempre me ajuda a esquecer que o mundo é um lugar ruim, aquela que
me faz lembrar que não existe mundo ruim com ele do lado, aquela que me
faz lembrar que, sem ele, não existia felicidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Prova de que Deus existe é chegar
em casa e ele estar disposto a esquecer a própria tempestade pra ajudar a arrumar a
minha bagunça interna. Ele é o melhor faxineiro que existe porque me conhece há muito tempo e
sabe onde as sujeiras normalmente se acumulam. Ele vai onde ninguém mais
consegue ir e limpa os móveis sujos de poeira, o chão cheio de terra e lama,
reorganiza os porta-retratos espalhados pela sala. E eu faço questão de
pagar a diária, um salário mínimo, o pouco que eu posso fazer em troca. E
quando seria suficiente? Ele nunca me disse. Sempre parece satisfeito com o
que eu dou em retribuição. É sempre tão pouco, mas ele nunca achou isso - pelo
menos nunca me disse. Só sei que eu usufruo dos serviços dele sempre que
necessário. Ainda bem que ele sempre esteve lá. Não sei o que seria de mim sem
ele. Só Deus sabe.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-FCzVamg07sg/UlM3vc0NLII/AAAAAAAABjM/8MWHi6kjbB4/s1600/couple+kiss.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="http://3.bp.blogspot.com/-FCzVamg07sg/UlM3vc0NLII/AAAAAAAABjM/8MWHi6kjbB4/s640/couple+kiss.jpg" width="424" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto encontrada no <a href="http://amortizing.tumblr.com/post/56607246194#" target="_blank"><i>Melody of Life</i></a></td></tr>
</tbody></table>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-36201653808195318802013-09-30T19:47:00.002-03:002013-09-30T19:50:34.430-03:00Só você não viu<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ShqzCDm0oR0/Ukn_D8J7fRI/AAAAAAAABi8/WKeL5_PoZEo/s1600/blind.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" height="318" src="http://2.bp.blogspot.com/-ShqzCDm0oR0/Ukn_D8J7fRI/AAAAAAAABi8/WKeL5_PoZEo/s400/blind.jpg" title="Verdadeiros olhos percebem verdadeiras mentiras" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: <a href="http://randombullshitmemories.tumblr.com/" target="_blank">Random Bullshit Memories</a></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acho que vou seguir a carreira de
atriz. Devo ser muito boa em atuar, porque só isso explica você não ter
percebido o quanto eu andava infeliz. Só pode! Me diz você: em nenhum momento
passou pela sua cabeça, você não conseguiu percebeu, nem de relance, que alguma
coisa tava errada comigo? Caramba! Tô impressionada. Até o André, que faz a
limpeza lá do jornal, veio me perguntar ontem se tava tudo bem. Até o André! E
você? O que você fez? Nada. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E eu tava lutando com todas as
minhas forças para tomar a decisão certa, em fazer as coisas funcionarem dessa
vez. E você não percebeu. E não vem me dizer que eu não tentei te falar! Eu não
sou uma daquelas tuas ex-mulheres que ficam de mimimi esperando que você
adivinhe cada pensamento que surge na cabeça delas. Eu nunca fui assim e você
sabe muito bem disso. Todas as vezes que eu tentava conversar com você, eu
recebia uma desculpa, um fora. Por que você tava me evitando? O que você fez de
errado, hein? Olha pra mim, Pedro! Ah, não importa, não quero mais saber. Já
tenho informação demais pra processar na minha cabeça sem as suas. O que eu
queria mesmo era conversar com você, quem sabe conseguir uma luz, um conselho
sábio, uma palavra de conforto, ou mesmo um colo pra chorar. Mas eu não
consegui nem a sua atenção. Só consegui mais dúvidas e mais preocupações com
você.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É, eu cansei, Pedro. E me parece
que você tá cansado de mim também. Tá vendo? Você nem ao menos me contrariou. Tudo
bem, não me importo com o seu silêncio, já me acostumei. Só quero te pedir uma
coisa: se você realmente não quiser me ajudar ou se você não tiver como me
ajudar a manter o que a gente tem, por favor, não atrapalha mais a minha vida.
Ela já tá bagunçada demais sem a sua ajuda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Caso você decidir ficar, tem
pizza lá embaixo. Se não, você pode levar as malas que estão no armário. Não
vou precisar delas por algum tempo.<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761821067668654895.post-69754144515294788002013-09-23T18:59:00.000-03:002013-09-23T18:59:08.745-03:00Transbordar<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-y12oIAp5GfE/UkC2quhbyNI/AAAAAAAABis/BSTUygFsiG0/s1600/tumblr_mniprh8sge1rnb624o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-y12oIAp5GfE/UkC2quhbyNI/AAAAAAAABis/BSTUygFsiG0/s400/tumblr_mniprh8sge1rnb624o1_500.jpg" width="273" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: <a href="http://amortizing.tumblr.com/post/51568317733" target="_blank">Melody of Life</a></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Posso entrar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A pergunta veio logo após ela
ouvir duas leves batidas na porta. Levou as mãos aos olhos, enxugou o rosto o
mais depressa que pode e, mesmo querendo que ele não a visse daquele jeito, ela
respondeu:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Pode, sim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A porta abriu e o rosto branco e
cauteloso dele apareceu, trazendo a luz do corredor que iluminou o quarto
escuro e bagunçado. Ele procurou o interruptor, acendeu a luz, olhou o espaço
por um momento e depois se deteve nela. Percebeu os olhos inchados e vermelhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Tava chorando?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Não, tô com sono, só - ela se
apressou a dizer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Muito sono, pelo visto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ele fechou a porta e foi até a
cama, onde ela estava deitada, com um travesseiro molhado em diversas partes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Se tá com sono, não é melhor
dormir?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Quem dera fosse tão fácil.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Tenta me explicar, quem sabe eu
entendo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Não tô com cabeça pra isso,
Léo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Então o que eu posso fazer pra
te ajudar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ela balançou a cabeça lentamente,
fixando o olhar em algum ponto na colcha branca que cobria a cama. Por um instante
ele teve a impressão de que ela fosse recomeçar a chorar. Ao invés, ela olhou
pra ele e perguntou:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Por que diabos você ainda tá
aqui?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Tô preocupado com você -
respondeu ele, de um jeito que ela sabia que só podia ser verdade. Ele
normalmente ficava nervoso quando mentia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Eu tô ótima. Não vale a pena
grilar comigo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Será mesmo, Ana?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Tô dizendo, Léo - confirmou. -
Tô ótima e não quero te ver preocupado comigo. Tens coisas mais importantes pra
fazer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Não importa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E então ela não conseguiu mais suportar,
os dias anteriores e as lágrimas foram mais fortes que ela e tudo voltou a
doer. Ela agarrou o travesseiro já molhado. Ele agarrou a mão dela, depois o
corpo inteiro e não se importou quando sentiu as lágrimas dela molhando a sua
camisa nova. Ela precisava dele mais do que ele precisava dela, mais do que ele
precisava da camisa nova, mais do que ele sequer achou que ela precisaria. E
durante muito tempo ele cuidou dela, esperando que aquele abraço pudesse fazer
com que todas as coisas ruins fossem embora da vida dela.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08680610785829226020noreply@blogger.com0