19 de out. de 2010

Lanterna

Há algumas horas atrás, sem motivo aparente, me lembrei dos dias em que eu passava na casa do meu pai. Na hora em que se deitava na cama, tinha que dormir. Ele apagava a luz e o breu chegava. Meu ponto próximo tornava-se zero, parecia que eu havia acabado de ficar cego. Parecia mais escuro que qualquer quarto normal.

E se eu estivesse sem sono? Fecha os olhos, logo ele aparece, meu pai dizia. Mas faz tempo que eu não durmo lá. E o que ele dizia não funcionava comigo. Eu já gostava muito de escrever naquela época e existia muita coisa que eu precisava passar pro papel, coisas importantes e complicadas demais naquele tempo.

Então, em um dia, pedi pro meu pai comprar uma lanterna pra mim. Ele até me perguntou o porquê, mas devo ter inventado alguma desculpa (bem tosca), pois não me lembro de ter lhe contado a verdade. A partir daquela noite, toda vez que as luzes eram desligadas, eu acendia minha lanterna, sem fazer muito barulho pra não acordar meu pai, pegava minha agenda e minha caneta e começava a colocar no papel meus/minhas pensamentos/sonhos/dúvidas/frustrações/medos...

Eu tinha medo do escuro naquela época. Na verdade, ainda não perdi esse medo completamente. Parece ser mais reconfortante ter uma mão pra segurar quando o ponto próximo diminui. Ou apenas uma lanterna, no meu caso.

4 comentários:

Hiorrana disse...

O escuro só é muito escuro nos primeiros momentos... Depois as coisas dão uma leve clariada. Clareia pouco, eu sei; mas já dá pra diminuir o medo e ver algumas coisas. (:

Belo blog.
Parabéns!
Beijo

Nati Pereira disse...

Tenho muito medo do escuro e acho que nunca irei perder. Hoje, esse medo não é mais como antes, pois já que sou irmã mais velha tenho que passar segurança pro meu irmão para ele não ficar com medo. Beijo

Nayla M. disse...

O escuro só é muito escuro nos primeiros momentos... Depois as coisas dão uma leve clariada. Clareia pouco, eu sei; mas já dá pra diminuir o medo e ver algumas coisas. [2]
era o que eu ia falar, mas ela já disse.
Não é tão ruim quanto parece :/

Thaís A. disse...

Enquanto eu lia, eu pensava que se fosse eu que estivesse escrevendo isso, dessa forma tão pessoal que escreveu, ficaraia muito esquisito. Que nem um desabafo fail, sei lá. Mas você fez com que ficasse uma coisa tão bonita, yuhul! Amei.