10 de jul. de 2011

Vestígio em apenas mais um

Começou com a curiosidade de saber que música saia pelo fone de ouvido e chegava até ele, deixando um vestígio de algo bom naquele rosto tão comum. Era isso o curioso. O que destacava aquilo que seria apenas mais um rosto entre tantos era algo como felicidade. Como. Não de fato. Porque era único e claramente distinguível. E o que é original, até ser definido, pode apenas ser usado em comparações aproximadas. Mas ela não ousou se aproximar, seja dele ou do que aquele sentimento seria. Por medo? Claro que não. Ela não tinha motivo pra temer. Talvez fosse apenas um pouco de vergonha e timidez de chegar perto e perguntar. Só o conhecia de vista, mas ficara intrigada demais. Mesmo assim, resolvera permanecer intrigada, longe, apenas observando. Quem sabe fosse contagiante, pensou. Fazia algum tempo que ela era apenas mais um rosto comum. E já se cansara. Talvez houvesse uma forma de ser como ele, de pelo menos estar como ele. Então colocou o fone e deixou a música rolar, como há tempos não acontecia.

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