3 de dez. de 2011

17

Photo: we♥it



Ela só tem 17. Caminha como se a cada segundo se passassem anos. Percorre a vida como se cada dia lhe fosse o último. Toma atitudes impensadas, sem medir suas consequências. Quer viver com intensidade cada segundo. Não liga para o amanhã, apenas segue. Volúvel, confusa, inconstante. Bagunça mentes, destrói corações, e segue. Em cada esquina, uma nova opinião, uma nova atitude. Não tem medo de cometer erros. Cura as feridas, e segue.

Ela só tem 17, mas se acha a dona do mundo. Apesar de pedir mil conselhos, não segue nenhum. Quebra a cara, mas sempre dá um jeito de consertá-la. Talvez, apenas pelo prazer de quebrá-la novamente. Por tempos teve medo de sair do seu casulo, pois lá era mais confortável. Mas agora que conseguiu a chave para abrir a porta do seu quartinho cor-de-rosa, ela a segura com todas suas forças e não quer mais se cercar pelas quatro paredes.

Ela só tem 17. Ainda tem muito caminho pela frente, e por isso não tem medo de mudar suas escolhas. Por mais difícil que seja para os outros superar o medo de errar, ela realiza esse feito a todo momento. Não tem medo de viver. Usa suas desilusões como um motor, e com ele vai atrás de novas desilusões. Masoquista? Talvez. Ou quem sabe, ela goste de enfrentar bravamente os sofrimentos porque sabe o quão bom é ser feliz. Faz seus dramas, dá seu show, e depois segue. Age por impulso. E mesmo sabendo o final de suas histórias, ela tenta. Tenta apenas pelo prazer de chegar ao final e dizer que estava certa. Mas pra ela não há nada melhor do que estar errada. Significa que ainda tem muita pra aprender ao longo do caminho.

Ela só tem 17, e agora é a sua hora de errar. Do seu jeito torto, segue. Por mais que fale aos outros uma torrente de contradições, ela mesma não se confunde, porque independente de sua inconstância, ela sabe o que sente. Podem culpar suas atitudes imprudentes por sua ‘falta de maturidade’, mas quem disse que ela quer ser madura? Com seu jeito incontido e incontentável quer apenas esconder sua fragilidade. Não mascara seus medos, apenas não dedica tempo a eles. Não pensa, age. Não gosta da perfeição, está em constante mudança, sem objetivos, apenas pela renovação. Busca a felicidade, que assim como ela, é improvável. 

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Gastei a noite de ontem pensando no que iria escrever sobre Amanda Campelo. Acho extremamente complicado explicar ou descrever alguém com quem eu convivo muito de perto. Contraditório, né? Foi aí que pensei que o texto dela fez o meu trabalho. Ela se conhece, a fundo, melhor que qualquer pessoa. Essa morena de cabelos cacheados não precisa de apresentações, seja ao vivo ou por meio de palavras. Seja qual for o meio, ela marca presença. Aquele jeito dela de ser, esse jeito que ela mesmo acabou de descrever. Mas se eu pudesse resumir o texto dela em uma palavra, não encontraria adjetivo. Seria simplesmente o jeito Amanda de ser.

5 comentários:

Unknown disse...

Viver com intensidade é muito bom, contanto, se fazê-lo sem medir as consequências literalmente, pode acabar em algum excesso e não amanhecer para curtir esta vida.
Ter 17 não é sinônimo de ser invencível, tampouco motivos para ser imatura, ao contrário, aos 17 anos já possuímos uma maturidade maior que aos 13, 14 e estamos sempre em desenvolvimento. E ter maturidade é bom, ela é uma bússola para não nos ferirmos tanto e não ferirmos pessoas as quais gostamos e gostam de nós.
Enfrentar bravamente os sofrimentos é um sinal de maturidade, portanto, ficou um tanto contraditório, mas o texto, a forma com que se expressou é muito boa.
Escreve bem.

Ismália . disse...

Olá!
Os 17 anos são uma idade meio complicada, pelo menos foram pra mim. Muito adulto pra algumas coisas, muito criança pra outras... E é exatamente nessa idade em que nós mais quebramos a cara, justamente porque queremos começar a caminhar com as nossas próprias pernas e seguir nossas próprias leis.
Mas acho que aprender ou não vai depender muito da maneira como você encara as coisas e os problemas que vão surgindo. A maturidade acontece naturalmente.

Conheço pouco a Amanda, mas já posso dizer que é uma garota muito doce e querida. :)

Beijocas!

Ismália .

Luna Sanchez disse...

"Não mascara seus medos, apenas não dedica tempo a eles."

Tão eu!

*-*

Ótimo texto, Amanda, gostei da construção e da ideia que se formou aqui na minha mente, sobre a garota de 17.

Um beijo pra ti e um pro Renan.

Amanda Campelo disse...

Caro Christian, o fato do texto ter ficado "um tanto contraditório" é que ele deve mostrar como é ser inconstante.

Elisa Cunha disse...

"...ela tenta. Tenta apenas pelo prazer de chegar ao final e dizer que estava certa."
Muito eu. Aliás, me identifiquei bastante com o texto da Amanda, apesar de ainda ter meus 16, rs

É minha primeira visita aqui, percebi que os textos mais recentes contam com "participações especiais". Já gostei de muita coisa por aqui e o jeito é seguir pra ver mais.
Então, até...