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Ontem eu finalmente me dei conta
de que nós talvez tenhamos chegado a um fim. O engraçado é que isso aconteceu
algum tempo depois daquele dia em que eu achei que seria o realmente fim. Foi
anunciado, entramos em um acordo, transamos uma última vez, mas aquele não foi
o fim. Não conseguimos ficar longe. Lembra como foi difícil? Lembra de um
contando pro outro como era impossível não se falar e mais difícil ainda
ignorar que o outro existia? Eu lembro bem.
Então voltamos ao que tínhamos –
não por completo, devido a algumas circunstâncias da vida, mas as coisas
estavam ótimas. Então o tempo começou a passar, começou a trazer ocupações na
vida de cada um, preocupações outras que nada tinham a ver com o que tínhamos e
a coisa foi esfriando. Lembro de algumas conversas em que chegamos a afirmar
que aquilo era passageiro, que a vida só andava agitada, que as coisas iam se
acalmar e nós teríamos um tempo nosso. Tivemos alguns poucos, que foram se
tornando ainda mais raros. E o tempo passou e trouxe ainda mais coisas e
estresse – e às vezes nos tornávamos estresse pro outro. Desentendimentos de
vez em quando, mas eu continuava esperando que tudo isso fosse passar logo.
Então além do tempo e das coisas,
você começou a ficar estranho. Pode ser mais uma neura minha, como tantas
outras que você já aguentou – de mim e de outras mulheres. Mas mesmo sendo
neura, eu perguntei se estava tudo bem, dei uma chance pra você me dizer o que estava
acontecendo, o que realmente você estava sentindo. Mas você me disse que estava
bem, mesmo ainda me tratando de um jeito estranhamente diferente, do jeito que
vinha me tratando há algum tempo.
Eu não sabia mais o que fazer. Eu
não sei o que fazer. Você é realmente importante pra mim, sabe disso melhor que
ninguém, mas nós já não somos o que fomos um dia. E eu não tô falando de sexo. Acima
de tudo, eu falo de amizade.
Engraçado que, dessa vez, o fim
não foi anunciado e parece que ele é definitivo. É triste, mas não vou
continuar tentando sozinha. Bem que eu queria você pra sempre na minha vida,
mas fazer o quê? Só posso realmente lamentar por perder meu melhor amigo.
3 comentários:
Eu já senti tanto essas suas palavras que ler esse texto é como uma experiência pra mim. É uma nostalgia que me abala, mesmo.
Beijos.
Mais um daqueles textos teus em que vejo minha vida nas entrelinhas.
Mais um dos teus textos em que vejo minha vida nas entrelinhas.
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