Abri um documento e fiquei
olhando para tela do notebook, esperando alguma coisa acontecer: uma ideia
surgir, algo sobre o que escrever ou quem sabe o sono chegar. Uma ideia surgiu,
vaga e corriqueira, algo sobre o qual eu já tinha escrito, mas dessa vez sob um
novo ponto de vista. É sempre bom analisar algo de todos os ângulos possíveis,
tirar a conclusão depois de ter certeza de ter verificado tudo, diminuindo a
probabilidade de se falar besteira ou julgar precipitadamente.
Então comecei a escrever algumas
palavras, uma frase, três períodos e o primeiro parágrafo estava concluído. Foi quando eu percebi que já não sabia mais o que escrever. Tudo bem, já escrevi textos curtos antes,
inclusive alguns com duas linhas apenas (você chama isso de texto?). O problema
é que aquele texto me parecia incompleto.
Inexplicavelmente faltava alguma
coisa. E essa sensação incomodava. Como se não bastasse, ainda tinha a certeza de que não
havia mais nada que eu pudesse acrescentar àquilo. Contradição da vida que até
hoje eu não consigo entender. E eu tentei bastante, mas chega uma hora em que
não se pode mais, que existem outras coisas para se preocupar e a gente
substitui as velhas preocupações pelas novas mais urgentes, ou apenas mais
intrigantes. Acontece.
Alguns dizem que isso nos ajuda a
crescer. Talvez seja mesmo, como forma de aprender que nem tudo possui
resposta, que algumas coisas simplesmente são e pronto. Quem sabe? Só sei que a
contradição continuou, a sensação de falta também e o sono finalmente chegou.
Achei melhor me entregar às necessidades do corpo e descansar a mente. Quem
sabe a resposta não me viria nos sonhos? As coisas são tão estranhas que eu não
duvido nada que isso seja possível.
Photo: weheartit |
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