25 de fev. de 2014

Natural demais

Era mais um dia normal como sempre, muito obrigado, até eu ler uma matéria sobre o caso Madeleine McCann, que vai completar seis anos em maio. A menina desapareceu em 2007, do quarto de um hotel português onde a família estava hospedada passando férias. Eu tinha me esquecido desse caso, confesso. Mas depois de ler o texto, minha cabeça fervilhou tanto que só me restou escrever.

Eu não consigo imaginar a angústia dos pais da menina quando descobriram que a filha havia desaparecido. E mais difícil ainda é imaginar como esses pais conseguiram viver esses quase 6 anos sem notícia alguma, sem saber se ela está bem ou se está viva. Eles estão esse tempo todo no escuro e eu não consigo deixar de pensar em como deve ser horrível viver um pesadelo que não termina quando eles acordam toda manhã. Será que você conseguiria?

Eu não consigo entender os motivos que levam algumas pessoas a cometerem atrocidades como essas - ou piores. Apesar de não entender, hoje em dia eu já não duvido do nível de crueldade das pessoas. É cada notícia absurdamente cruel que se lê nos jornais que depois de um tempo pouca coisa começa a te surpreender. Infelizmente. 

Dia desses eu tava no ônibus e um casal vinha conversando no banco da frente. Mesmo com fones no ouvido, não pude deixar de ouvir o garoto quase gritando pra todo mundo ouvir sobre as quatro pessoas que foram mortas na semana passada na rua onde morava. Inclusive ele achava até estranho que já era quinta-feira e ninguém mais tinha morrido por lá. Virou rotina.

Eu me assusto com essa "naturalidade" que eu noto muitas vezes nas vozes das pessoas (e na minha também) ao falar dessa violência, que estampa diariamente as capas dos jornais - e todo dia de manhã, num ponto de venda de jornais, você encontra uma rodinha de pessoas dando uma olhada nas principais notícias do dia pra ver quanto sangue foi derramado ontem. E o que não falta é sangue nos jornais. Tem sangue demais, segurança de menos, mas a gente já se acostumou com isso, não é mesmo? Não é?

Photo: weheartit

2 comentários:

quaresma. disse...

hoje o que nos surpreende são as coisas boas, quando nos lembramos que as pessoas ainda amam, ainda se preocupam umas com as outras.
o mundo ficou de cabeça pra baixo e ninguém reparou.

beijas, castanha *:

Nati Pereira disse...

É bem o que a Fran disse acima. As pessoas estão acostumadas com as fatalidades, por isso desconfiam tanto uns dos outros e não fazem tantas coisas boas para o próximo. As coisas e pessoas boas estão em extinção. Beijos

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