Lembra que eu te falei, numa dessas nossas noites de olhar o céu, que as pessoas mudam? Acho que foi uma das coisas mais verdadeiras que te disse durante todo esse tempo. E uma das poucas que não me arrependi de te dizer, porque acabei tentando te preparar pra vida. Não só pro que aconteceu entre nós, mas o que vai acontecer enquanto houver ar nos nossos pulmões. Porque agora sabes que todos somos inconstantes e dependentes, o que muda é o grau de cada um.
Queres um exemplo, pra ficar mais fácil digerir? Ainda não sei o motivo, mas saiba que ainda me esforço pra encontrar uma resposta pra eu não gostar mais de olhar o céu à noite. Era tão bom eu do teu lado, me sentido ao mesmo tempo imenso e ínfimo: imenso por sentir aquele sentimento gigante que podia explodir a qualquer momento de dentro pra fora; ínfimo por olhar pr'aquele céu e todas aqueles pontinhos brilhantes lá em cima, que eu sabia que eram enormes, mas estavam muito longe. E eu sempre pensava: se elas são tão imensas e daqui me parecem tão ínfimas, como será que elas me vêem? Será que eu consigo brilhar o suficiente pra elas notarem que eu existo?
Eu sei que existo, só acho que meu brilho ficava meio apagado perto do teu. E nunca entendi (nem senti) como as nossas luzes podiam ser mais brilhantes juntas. Sempre me pareceu que eu ficava ofuscado em noite de olhar o céu: ofuscado por ti e pelos pontinhos lá de cima. Foi por isso que me afastei. Parece
Um comentário:
entorpeceu-me e me ofegou o ar de dentro.
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