Algumas relações têm começo, meio
e fim, têm demarcações bastante claras de momentos essenciais na história de
cada uma. É um último beijo, é um fim de ano, um fim de semana. É o primeiro
dia da aula de dança, são as próximas aulas que são esperadas com ansiedade, é
o dinheiro que tava faltando e o fim de dançar todas as terças e quintas às
19h. Pronto, acabou.
Outras relações apenas ignoram
uma cronologia, são temporalmente confusas. Não se lembram de quando se
viram pela primeira vez, só sabem que se falam até hoje. A gente estudou
junto, mas não consigo puxar na memória a primeira vez que eu me dirigi a ele.
Simplesmente minha memória só começou a gravar quando a coisa foi se tornando
importante. E eu também não sei quando foi que cada um começou a ir pro seu
lado, deixando de fazer parte da vida do outro. Se eu olhar pra trás, só
consigo lembrar o meio. Não sei onde foi o nosso começo ou como chegamos ao que
somos hoje. E apesar de sentir muito o fim do que começou não sei quando, o que
eu sinto quando eu penso no nosso meio é maior que tudo isso. Ainda bem. Assim,
os fins vão se tornando mais suportáveis.
2 comentários:
Graças a Deus é possível suportá-los.
Relações que começam e terminam de uma hora para a outra, como se nunca tivesse existido. Beijos
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