22 de jul. de 2010

A janela aberta, o vento contra o rosto, tudo um borrão.

Pensamentos inundavam minha mente a medida em que o ônibus ganhava velocidade, o lado de fora se tornando apenas um borrão. Não prestava atenção no lado de dentro (e nem tanto no lado de fora também), não tive tempo, não tive chance. Mente inundada, mergulhei. Tudo ao mesmo tempo.

Cenas do filme, cenas passadas, passado distante, aquele chapéu. Os dias que tenho vivido (não sei de que forma), as páginas dos livros que leio, os rostos que vejo com frequência, outros que não vejo há tempos e que trazem saudade. Eu, sentado naquela calçada, sentado na minha cama (do mesmo modo que estou agora), sentando no chão do meu quarto escutando aquele CD (e o dia) passar. Rápido demais pra que eu pudesse focar em apenas um pensamento. Mas nem me esforcei tanto assim.

Mas a velocidade foi diminuindo, meus pensamentos desaparecendo com a mesma velocidade, e depois o ônibus parou, não haviam mais pensamentos pra me afogar. Hora de descer.


Desculpem pela ausência, mas não tive como postar, mesmo.

2 comentários:

Paulo Paraense disse...

Nossa, uma das melhores postagens que eu já li.
gostei muito e às vezes eu me sinto assim mesmo quando estou só!
parabéns
bem metafórico esse post

Thaís A. disse...

Muito lindo, apesar de ser bem triste. Gr, odeio isso.
mas eu amo essas suas mini histórias, juro!