Photo: weheartit |
Ele caiu bem na minha frente e eu
não fiz nada. Eu não conseguia. Eu juro que tentei, juro que queria poder fazer
algo pra salvá-lo, mas não consegui. Não me diga que eu
podia ter feito diferente, porque você nunca entenderia o que se passa na minha
mente toda noite que encosto a minha cabeça no travesseiro e aquela avalanche
de lembranças e lamentos me afogam. Fica difícil respirar. Eu tento e tento,
com a mesma intensidade que tentei salvá-lo, mas dificilmente eu consigo. Aí o
travesseiro amanhece salgado, encharcado de lágrimas e lamentos. E amanhece
mais um dia em que não consegui descansar um minuto sequer pensando que podia
ser diferente: podia ter sido diferente naquele momento, então seria diferente
agora. Assim eu não precisaria ter de ingerir sono em pílulas pra poder
conseguir dormir um pouco, pra poder viver um pouco. Sempre um pouco. Nunca vai
ser do jeito que era antes. Tudo vai ser um pouco do que era antes. Menos esse
sentimento de impotência e lamentação, que só surgiu quando ele caiu bem na
minha frente e eu não reagi.
2 comentários:
Olha, viajei. Gostei do texto.
Tarde demais.
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