Eu nunca tive certeza de muita
coisa na minha vida. Não-seis, talvezes, incertezas. Será que isso é o certo a
se fazer? Eu realmente vou ser feliz se eu seguir por esse caminho? Mas que
caminho é esse? Eu tô realmente aqui porque eu quero estar? Ou eu só estou? O
que eu acho sobre aquele filme? E aquele livro que li semana passada? E a
política interna, como anda? O que é política interna mesmo?
Uma das poucas certezas que tenho
na vida é que nunca fui certo de muito. Nunca achei isso bom, mas não conseguia
encontrar o jeito certo de mudar esse meu jeito. Não, esse texto não tem o
propósito de anunciar a descoberta da solução do meu maior problema.
Infelizmente. Mas, pelo menos, esse texto serve pra gritar ao mundo inteiro que
eu finalmente abracei a coragem que eu tinha medo de ao menos tocar. Coragem de
tentar mudar essa minha realidade, coragem pra mudar o meu eu. Sair da minha inércia e procurar o eu satisfeito e feliz de fazer as coisas que eu faço.
Porque não, eu não estou feliz. Talvez não seja o jornalismo que eu ando
estudando e esteja sendo formado pra exercer. Talvez não seja o trabalho
mecanicista que eu tenho realizado de duas às seis da tarde, de segunda a sexta.
Que fique bem claro: o problema não é o jornalismo ou o mecanicismo: sou
eu, que estou no lugar errado. Aquela velha história do “não é você, sou eu”.
Sou eu que não tinha coragem pra procurar algo que me fizesse realmente querer
levantar da cama, acordar com vontade de viver o meu dia da melhor forma
possível, trabalhando da melhor forma, sendo alguém melhor, fazendo algo melhor
por mim – sendo feliz por mim. Porque eu venho vivendo há muito tempo em função
de outros que não eu. Altruísta pra caralho. E eu preciso parar de pensar tanto
nos outros, fazer pelos outros, viver pelos outros. Preciso lembrar de mim, de que
eu existo e de que não adianta sorrir para todo mundo e no fim do dia chorar no
quarto, batendo cabeça pra encontrar uma solução pra minha infelicidade e ao
mesmo tempo querendo deixar todo mundo ao meu redor feliz também. É impossível
abraçar o mundo, eu sou pequeno demais pra isso. Então melhor é eu começar a me
abraçar e fazer valer a pena cada dia vivido.
Não vai ser do dia pra noite,
tenho pela consciência disso. E não vou ser louco de jogar tudo pro alto e
recomeçar do zero. Não sou tão corajoso assim. Um passo de cada vez, porque apesar
de eu ter certeza de que não encontrei meu lugar, eu ainda não sei qual ele é,
afinal. Vou começar a tatear no escuro, procurando pelo desconhecido e torcendo
pra que eu esbarre na felicidade no meio do caminho. Mas continuar parado aqui
não dá mais.
Um comentário:
O segredo da paz de espirito/felicidade é viver primeiro pra nós mesmos e depois sim pensar nos outros.
Belo post!
Beijo
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