24 de nov. de 2013

O lado bom

Photo: Renan Mendes
Tenho alguns arranhões no rosto, uns machucados nas pernas e dores pelo corpo todo. Quebrei a cara. Foi horrível, como sempre é toda vez que as coisas não saem do jeito que imaginamos, quando as pessoas não se importam com os nossos sentimentos, quando todo mundo espera o impossível de você e tudo o que você quer é paz pra fazer as coisas do seu jeito, sem pressão. O mundo nunca foi e nunca vai ser perfeito, do jeito que – pelo menos nós achamos que – deveria ser. Foi desde quando eu realmente percebi isso que eu tomei a decisão de sempre procurar o lado bom das coisas que acontecem comigo. Graças aos céus, a maioria delas só possui o lado bom, mas ainda existe a minoria. Nessa outra parte, as pessoas são maldosas e não se importam em me machucar; nessa parte eu crio expectativas com projetos que não dão certo, que fracassam, que me frustram; é nessa parte que algumas coisas que eu tinha certeza que durariam pra sempre terminam por besteiras; é aí que eu fico perdido me perguntando se eu tô fazendo a coisa certa com a minha vida, se eu tô fazendo as coisas certas para as pessoas, se eu tô sendo bom o suficiente com pessoas que são boas o suficiente comigo. E a lista não terminaria, porque essas coisas acontecem com todo mundo e não seria diferente comigo. Mas eu posso lidar de maneira diferente com essa outra parte da vida. Eu posso aceitar que algumas coisas fogem do meu controle, que não poderiam ser diferentes e eu tento buscar o que essas coisas podem me ensinar. Foi horrível ver aquele projeto não dar certo? Foi, sim. Mas ele não deu certo porque tinha muita gente envolvida que não se envolveu de verdade. Da próxima vez, vou selecionar melhor e quem sabe trabalhar de outro jeito pra que as coisas possam ter mais chances de dar certo. Não fui bem numa prova importante? Ok, agora já foi. Mas eu posso estudar e me esforçar mais pra que isso não aconteça de novo. Pessoas que eram próximas de mim não estão mais na minha vida? Vou procurar os motivos pra isso ter acontecido. Se der pra consertar, ótimo. Caso não dê, vou tentar ao máximo não cometer os mesmos erros outra vez. E assim eu resolvi levar a vida, pra que as coisas ruins que ela traz não se tornem maiores que as coisas boas que eu vivo todo dia.


Um comentário:

Milena M. disse...

Nossa, Renan, me ensina como pensar assim. hahaha
Lendo seu texto percebi que sou muito focada nas coisas negativas e levo isso muito a sério. Tenho que levar o "c'est la vie" mais ao pé da letra.
Beijo e boa sorte focando no lado bom :)